Introdução
A decisão selecionar um peer para a abertura de um novo canal é a grande pergunta de 1 btc do noderunner. Por conta disso, deve ser pensada e analisada para trazer a maior rentabilidade ou ao menos a mínima viabilidade econômica e, trazer dinâmica a liquidez do node. É um procedimento de alto risco por envolver custos que envolvem loop out , fees onchain e custo de oportunidade, necessitando uma taxa de acerto satisfatória para que os objetivos sejam alcançados. Para isso é necessário a análise do peer selecionado para a determinação da abertura de um canal.
Objetivos
Este documento tem como objetivo guiar o noderunner a escolher os possíveis melhores peers para se conectar através de um canal e buscar maior dinâmica para sua liquidez, evitando canais sinks caros e difíceis para rebalancear, routers difíceis de encher e difíceis de rotear, sources que enchem rápido e fácil porém caros e difíceis de retirar liquidez para rebalancear os sinks.
Evitar a abertura aleatória de canais que possam arruinar os resultados do noderunner ao mesmo tempo maximizar o sucesso de abertura de bons canais.
Metodologia
Será elaborada uma análise de peers (que podem ser encontrados em diversas fontes de recomendações para cada node em específico ou escolhidos aleatoriamente), onde serão analisadas as médias de fees cobradas(Outgoing) e pagas(Incoming) para a determinação prévia de comportamento (Router, Sink e Source). Após a seleção do peer, serão analisadas as fees em exercício na sua lista de canais utilizando o Amboss de modo gratuito.
Os peers escolhidos disporão no mínimo 20 canais e 100.000.000 de sats de public capacity. As definições para baixas ou altas fees será: menor ou igual a 500ppm = baixo , de 500ppm a 750ppm = médio , maior ou igual a 751ppm = alto.
Resultados
Realizando a análise do Peer 1, verifica-se que a taxa média de Outgoing e Incoming são aproximadas, o que pode significar ser um node em que a maior parte dos canais se comportam como routers, além disso, ambas as taxas são consideradas baixas e quanto mais baixas, mais preferível são, pois ao se conectar a este peer provavelmente haverá um fluxo de liquidez considerável por consequência da rota ser barata.
Abrir um canal com o Peer 1 pode significar ter um canal com comportamento router.
O Peer 2 apresenta uma taxa média de Outgoing consideravelmente maior que a de Incoming, isso significa que este peer provavelmente possui vários canais sinks que são caros para rebalancear ou que drenam a liquidez de imediato, necessitando subir os fees para que os rebalances sejam efetuados com sucesso e que a liquidez seja menos drenada intensamente.
Abrir um canal com o Peer 2 pode significar ter um canal com comportamento de source, visto que a taxa média de Incoming é baixa e indica que na média seus peers cobram taxas de iRate baixas para esvaziar a liquidez de seu lado.
É preferível que na busca de sources o Outgoing seja pelo menos abaixo de 500ppm para que haja indícios de que o peer analisado consegue rebalancear seus canais com menos custo e portanto cobrar mais barato no oRate, assim trazendo maior dinâmica a liquidez e evitando que pare toda em seu lado sem fornecer rebalance aos seus sinks.
Por último, o Peer 3 apresenta uma taxa média de Incoming maior que a taxa média de Outgoing, ou seja, seus peers na maioria cobram uma taxa iRate mais alta do que o Peer 3 cobra de oRate.
Isso pode indicar que este peer possui na maior parte canais com comportamento source e para isso cobra uma taxa de oRate menor para tentar esvaziá-los mais fácil ao passo que seus peers em contrapartida cobram um iRate maior já que acaba tendo o comportamento de sink e para rebalancear necessitam subir a fee para o rebalance ter sucesso.
Abrir um canal com o Peer 3 pode significar ter um canal com comportamento sink. Nestes casos é preferível que a taxa incoming seja menor que 500ppm pois indica que para rebalancear o peer em questão o oRate fee determinado por você possivelmente não será alto, consequentemente terá maior dinâmica e fluidez.
Segunda Análise
Somente analisar a médias das taxas de um peer não é necessário mas, um ponto de partida. É necessário verificar canais em comum para simular comportamentos e custo das rotas diretas.
A segunda análise consiste em acessar a aba de channels do Amboss para a verificação de fees por canal. O objetivo é encontrar um peer que seja fonte de rebalance barata, simulando o custo de rebalance para canais em comum. Primeiramente deve-se selecionar a visualização de 50 canais por página e organizar a coluna Rate(ppm) do menor valor ao maior valor.
Primeiramente personalizaremos a filtragem dos canais alterando na engrenagem encontrada no canto direito:
A seguir seguem as opções marcadas para uma filtragem mais limpa utilizadas nos exemplos posteriores:
Primeiramente será exemplificado utilizando parte da lista dos canais do Peer 2 que suspeita-se ser um source:
A análise dos canais e suas fees, consiste em avaliar o custo da rota para seus canais em comum com o peer selecionado. Para exemplo prático será suposto que haja os seguintes canais em comum entre seu node e o node do Peer 2 sendo: Nodelou, Diamond Hands e allNice | torq.co.
Pode-se analisar que as fees cobradas pelo Peer 2 são maiores que as fees cobradas pelos peers em comum, isso indica que para seus canais em comum, o canal com o Peer 2, se trata de um source. Visto que provavelmente o Peer 2 aumenta suas fees para estancar a liquidez ou conseguir rebalancear os canais que temos em comum. Isso indica que provavelmente o Peer 2 será um source.
Caso a abertura de canal seja realizada com o Peer 2 e este se comporte como source, a liquidez provavelmente encherá seu canal com outbound e para retirá-la, irá tentar rebalancear algum dos canais que foram destacados neste parágrafo que consideraremos como sinks.
Para rebalancear o Nodelou, se houver rota direta de Peer 2 > Nodelou > Seu Node, o custo do rebalance será o oRate do Peer 2 somado ao iRate do Nodelou para o Seu Node, no caso (91ppm + iRate Nodelou>Seu Node).
No caso para rebalancear o Diamond Hands numa rota Peer 2 > Diamond Hands > Seu Node, o rebalance custará: ( 131ppm + iRate Diamond Hands>Seu Node) E no caso do allNice | torq.co, numa rota Peer 2 > allNice | torq.co > Seu Node, o rebalance custará: (369ppm + iRate allNice | torq.co>Seu Node)Note que é possível calcular o custo da rota para rebalancear seus sinks, supondo que o Nodelou te cobre um iRate de 50ppm o custo daquela rota mostrada anteriormente, seria de 141ppm.Alguns canais terão base fee, e a base fee deverá ser somada ao custo do rebalance na forma de ppm.
Normalmente utiliza-se 1000 msat que correspondem a uma taxa fixa de 1 satoshi por htlc, mas alguns canais podem ter base fee diferente do comum. Para calcular o base fee em satoshi por milhão, utiliza-se fórmula a seguir:
Como exemplo prático vamos supor que realizaremos um rebalance de 50.000 sats, com o custo de 250ppm e base fee de 3000msat. Para o base fee calculamos: 1.000.000/50.000 = 20 * (3000/1000), isso nos da 60ppm para mover 50.000 sats, portanto nosso custo em ppm deste rebalance será de 250ppm + 60ppm = 310ppm.
Caso nosso rebalance seja de 250.000 sats, teremos o seguinte custo em ppm: 1.000.000/250.000 = 4 * (3000/1000) = 12ppm + 250ppm = 262ppm. Note que na presença de base fee, quanto maior o valor da htlc, menor será o custo em ppm e quanto menor o valor da htlc, maior o peso da base fee em ppm.
Para a análise de um possível sink, analisaremos parte da lista de canais do Peer 3:
Neste exemplo, considere que nossos canais em comum sejam: Sunny Sarah e shouthxchange.com. Percebe-se que as fees cobradas pelo Peer 3 são menores que as cobradas pelos nossos peers em comum. Isso indica que para nossos peers em comum, o Peer 3 é um sink, pois suas fees cobradas ao Peer 3 são maiores, significando que necessitam aumentar para conseguir rebalancear ou estancar a liquidez. Com esta análise podemos supor que possivelmente o nosso canal com o Peer 3 será um sink.
Considerações Finais
Primeiramente é preciso salientar que a metodologia de análise das taxas médias de Outgoing e Incoming para determinar previamente o comportamento do canal pode apresentar fracasso e por conta disso foi excessivamente utilizado o termo possivelmente e seus sinônimos para deixar evidente de que é incerto a determinação prévia do comportamento do canal e de que a metodologia é apenas uma probabilidade.
Deve-se ter maior cautela ao buscar um peer para obter um canal router pois, somente a análise das médias de fees não é o suficiente. É necessário a análise dos canais em comum, como realizadas com os possíveis sinks e sources, antes da tomada de decisão.O cálculo da rota de rebalance pode ser utilizado para selecionar um peer a dedo para a abertura de um canal com a intenção de fornecer rebalances mais baratos e consequentemente oRates mais baratos trazendo maior dinâmica a liquidez do seu node e por fim, gerando maior rentabilidade. Observação: estas rotas de rebalance estão sujeitas a alterações caso a ponte direta do source até o canal destino esteja sem liquidez, causando um desvio da rota para outra ponte podendo aumentar o número de hops e causando o encarecimento que poderá falhar o rebalance.
As análises de fees dos peers em comum servem como base em relação a possíveis novos peers sinks, indicando a dificuldade de rebalanceamento do peer analisado e, se há drenagem imediata de liquidez. Altos patamares de fees cobradas pelos peers em comum indicam dificuldade no rebalanceamento, enquanto baixas fees indicam facilidade.
Independente do comportamento de um canal, é preferível que as fees sempre sejam as mais baixas possíveis. Evite conectar-se a peers que cobrem base fee pois quanto menor a htlc maior será o peso da base fee.
A abertura de canal aleatória sem análise prévia do peer, contém maior risco de o canal não ter dinâmica de liquidez, causando um prejuízo nominal e custo de oportunidade. Levando em consideração que o noderunning focado em proftability é um ramo extremamente arriscado e que para recuperação de prejuízos leva-se muito tempo, é imprescindível a análise de peers.
Este artigo foi escrito com base na experiência de noderunning do autor focado em lucratividade e viabilidade econômica dentro do padrão Bitcoin e está sujeito a alterações do método assim como a erros ou a obsolescência. O autor abdica de qualquer responsabilidade a tomadas de decisões que causem prejuízo ao leitor.
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